domingo, 31 de janeiro de 2016

Ana Sofia Antunes. São muitas as formas de ver

Premissa: Ana Sofia Antunes é cega. Não há aqui nada de discriminatório. Ana Sofia Antunes é Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência. Ana Sofia Antunes chamou a atenção por ser o primeiro membro de um Governo com este tipo de deficiência. Juntamente com o seu colega Carlos Miguel, teve direito a uma chamada de capa no “Correio da Manhã” que gerou pelo menos 236 queixas à Entidade Reguladora da Comunicação Social, batendo os recordes de denúncias feitas àquela entidade. Ana Sofia Antunes, 34 anos, nasceu em Lisboa mas cresceu em Vale de Milhaços, Corroios. É licenciada em Direito, uma área de que sempre gostou, pela Universidade de Lisboa. 

Do seu currículo fazem parte um ano de exercício de advocacia, seis de assessoria jurídica da vereação da Câmara Municipal de Lisboa, dois anos como provedora do cliente na Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMEL) e outros dois como Presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal. Ana Sofia Antunes será, provavelmente (ou antes expectavelmente), até ao fim da legislatura, notícia pelo exercício do seu trabalho e não pela sua deficiência. Até agora, fez 41 audiências em 33 dias úteis e tem feito cerca de uma visita por semana a uma nova instituição. A verdade é que o voyeurismo da sociedade - e nosso -, pergunta-se: como é que uma pessoa com deficiência visual pode exercer, de forma independente, um cargo como o de secretário de Estado? Como assina despachos, faz visitas oficiais, elabora propostas de projetos de lei?

Não só pode com o faz com uma graça desarmante e um profissionalismo que só quem trabalha e se prepara consegue atingir. Fica aqui fechado o parênteses da cegueira. Obviamente que o tema voltará ao texto, até porque, falar com naturalidade de qualquer tipo de deficiência, faz parte do processo de inclusão. E esse é, no fundo, o grande desafio de Ana Sofia Antunes.

Passava pouco das 9:30 quando a secretária de Estado saiu do carro para a primeira visita do dia, o centro Hípico da Paiã, em Odivelas, vinda de Vila Franca de Xira, onde reside. A chuva, que tinha caído ininterruptamente nos dias anteriores, deu tréguas e o dia estava, apesar de frio, soalheiro.

A bengala cor de rosa espreita do carro. À espera estão já o presidente da Câmara Hugo Martins, vereadores, e o presidente da Escola Profissional Agrícola D. Dinis, onde se insere o Centro Hípico. Aqui, além de funcionarem cursos técnicos relacionados com equinos, há um programa especial a funcionar: o de hipoterapia, ou seja, equitação com fins terapêuticos para crianças com problemas cognitivos ou deficiências. A maioria dos alunos sofre de autismo e de multideficiência e frequenta o ensino público neste concelho. Há mais centros de hipoterapia no país e algumas parcerias celebradas entre, por exemplo, a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa e a Sociedade Hípica Portuguesa. No entanto, este será exemplo único em que alunos do ensino especial da rede pública conseguem aceder a terapia com cavalos de forma gratuita - dado que muitos utentes provêm de famílias com baixos rendimentos, e até o transporte desde as escolas até à aula é assegurado pela Rodoviária de Lisboa.

Parece que é Ana Sofia Antunes a pôr as pessoas à vontade. Estende o braço ao presidente, cumprimenta os presentes que se aproximam e segue para o picadeiro coberto onde quatro alunos - João, Diogo, Rita e Wilson - intercalam a vez para montar um dos dois cavalos destinados a esta aula, Canela e Tebrito. “Canela? É por causa da cor?”, pergunta a secretária de Estado. Sim, confirmam as monitoras. Já o outro cavalo despertou-lhe a atenção pela meiguice com que servia de montada, e ri quando lhe contam que, num contexto sem crianças, o equino é até bastante rebelde.

“Já andou a cavalo?”, pergunta a responsável pela equipa multidisciplinar que coordena o projeto. “Já, muitas vezes”, responde. Neste momento, 62 alunos frequentam o Centro Hípico mas já chegaram a ser 70. A secretária de Estado sabe, por experiência adquirida no tempo de dirigente da ACAPO, que o contacto com animais “é muito importante para a auto estima”, além de “ter diversas vantagens para as diferentes áreas da deficiência”. No caso concreto da hipoterapia, “para as pessoas com deficiências motoras ou com condicionantes do ponto de vista da mobilidade tem essa dupla vertente: por um lado trabalha fisicamente os músculos e ajuda-as do ponto de vista da postura, por outro tem uma parte mais cognitiva e psicológica de trabalhar a auto confiança do miúdo.”

E contacto com os miúdos presentes nesta aula foi um ponto que Ana Sofia Antunes não descurou na visita, enquanto ouvia, em simultâneo, a explicação sobre o trabalho ali desenvolvido. Chamou todos os alunos pelos nomes - característica que parece ser sua - e fez questão de ver um bocadinho da aula de cada um. Sim, ver.

Sem medo do trabalho de campo

A primeira visita oficial de Ana Sofia Antunes aconteceu dia 2 de dezembro, menos de uma semana após a tomada de posse do novo Governo. Diz que “é no trabalho de campo que se descobrem as lacunas”, mas admite ter de controlar as saídas e recusar algumas pois também é necessário ficar no Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social a “coordenar trabalho a nível interno, a pensar, redigir propostas para diplomas legislativos e rever o trabalho que é feito pelos assessores”. Mas confessa o carinho especial que tem por este lado do trabalho, feito fora de portas. “Por um lado, sinto que estou em processo de aprendizagem, há muitas coisas das áreas que tutelo que tenho de conhecer melhor para poder fazer um bom trabalho”. 

Além da necessidade de conhecimento, há outro ponto que a Secretária de Estado considera essencial nestas visitas. “Sinto que de, forma transversal, uma coisa que vai perpassar ao longo deste mandato - e que sinto que é minha obrigação ir dando resposta na medida em que as minhas capacidades físicas me vão permitindo -, é a divulgação de realidades que a população em geral deve conhecer. Conhecer projetos da área da deficiência faz com que a população em geral comece a contactar com esta realidade com a maior naturalidade possível. Se eu puder, através da alguma visibilidade que tenho, ajudar a divulgar entidades para potenciar sinergias e multiplicar parcerias, é o ideal”.

O trabalho de uma entidade que Ana Sofia Antunes só agora conheceu mas considera “belíssimo” é o efetuado pela Casa Pia de Lisboa, instituição tutelada pela sua pasta. “As pessoas acham que enquanto secretária de Estado da Inclusão tenho trabalhado sobretudo na área da deficiência, mas tenho algumas responsabilidades acrescidas que me foram confiadas pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”. Para além da Casa Pia, a secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência assegura os trabalhos do Instituto Nacional para a Reabilitação, da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, e ainda todas as matérias da área da adoção.

Visitar e não reunir

É para o Centro de Educação e Desenvolvimento (CED) de Pina Manique (Casa Pia de Lisboa), em Belém, que a agenda prossegue. Ana Sofia Antunes já tinha reunido com a presidente da instituição, Cristina Fangueiro, mas esta foi a primeira vez que visitou o espaço. À chegada, a secretária de Estado é conduzida para uma sala onde todos se sentam à volta de uma mesa oval: “Estou aqui para visitar e não para reunir”, avisa. Pede imediatamente o computador, onde vai tirando notas. Discutem-se as formas de cativar alunos para os cursos com menos procura mas que têm uma taxa de empregabilidade altíssima, como é o caso do curso de relojoaria. “Eles são muito novos quando escolhem”, assume Cristina Fangueiro. “E todos sabemos como é a adolescência”, remata Ana Sofia Antunes.

Os cursos profissionais de ótica, relojoaria (caso único na Península Ibérica), análises laboratoriais e desporto são os escolhidos para receberem a governante. Em cada sala, Ana Sofia Antunes faz perguntas aos professores e alunos, impressiona-se com o tamanho microscópico das peças dos relógios, que segura com as mãos, ou com a quantidade de alunos presentes nos cursos de desporto. O almoço é servido no restaurante pedagógico deste CED, preparado pelos alunos da área da cozinha e bar, e servido também por alunos que estudam para empregados de mesa. “Este trabalho com a Casa Pia, com os dirigentes, com os técnicos e professores que acompanham estes jovens tem sido, para mim, uma grande descoberta”, diz ao BI. “Os cursos que a instituição tem implicam um grande investimento tecnológico que é assegurado por aquela estrutura mas que dá, efetivamente, um background profissional aqueles jovens e que permite à maioria sair dali já com colocação no mercado de trabalho, o que hoje em dia é muito difícil”. 

Até porque, defende, nem todos os jovens são obrigados a ir para a universidade. “Acho que a sociedade está a evoluir no sentido de perceber que cada um deve ter a oportunidade de fazer as suas escolhas e de não ser vedado no percurso escolar - formativo e profissional - que venha a fazer. Durante muito tempo estivemos completamente vocacionados para a questão do ensino superior, e ele deve ser sempre uma opção para todos aqueles que o queiram, mas precisamos também de outras respostas e ali temos excelentes exemplos podem significar inclusão no mercado de trabalho”.

Duas visitas feitas, uma audiência ainda espera a secretária de Estado no ministério. Pelo caminho, aproveita para ler documentos e preparar-se para a reunião. É já no seu gabinete na Praça de Londres que nos explica as partes mais técnicas do seu trabalho. Rodeou-se de especialistas, oriundos de áreas tão distintas como a economia, o direito, a comunicação, os fundos comunitários e a mobilidade. “Um grupo pequeno mas muito coeso”, assegura. E rodeou-se também das ferramentas que lhe permitem trabalhar de forma independente. “No meu trabalho de escritório, uso um computador normal, com duas adaptações: um software leitor de ecrã, que no fundo é uma voz sintética que funciona no computador e que me lê todo o conteúdo de texto a que acedo, seja aos documentos em word, emails e qualquer acesso à internet. 

E depois tenho também outro programa que me ajuda bastante que é um OCR (Optical Character Recognition), que tem a especificidade de fazer automaticamente o reconhecimento de carateres e os transforma em texto. Portanto, posso gravar esse texto no formato em que entender e lê-lo de imediato. Basta pegar num papel, numa fotocópia, num ofício que chega, digitalizá-lo e lê-lo. E, basicamente, é isso. O computador mais pequeno que trago sempre comigo já anda na minha mala há muitos anos, é uma questão de gosto pessoal. No fundo é o meu bloco de notas, é onde acedo ao email e onde vou organizando as minhas ideias e o meu dia a dia. Contudo, assinar despachos ou outros documentos é algo que já fazia anteriormente. É uma ação que se treina ao longo dos anos”, conta.

Uma pasta pioneira

A Secretária de Estado desdramatiza e diz não se sentir pioneira por estar à frente de uma pasta anteriormente inexistente. “Esta pasta não existia, de facto, no anterior Governo, embora já tenha existido anteriormente, com uma configuração diferente, enquanto secretaria de Estado da Reabilitação noutros governos. O facto de se ter extinto e os assuntos da área da deficiência terem ficado dispersos por diversas outras pastas tirou coerência em termos de tratamento sistematizado. Por isso, não sei se estou a ser justa se disser que só eu é que estou a fazer este trabalho. Ele já foi feito. Mas, de alguma forma, tenho que voltar a desbravar terreno”.

No entanto, diz ter agora a confirmação de algo que já sentia anteriormente como pessoa com deficiência.”O que notava enquanto ativista e comprovo desde que aqui estou é que aquilo que aconteceu dentro de portas deste ministério foi deixar estas temáticas da deficiência para segundo ou terceiro plano e que se tornassem, como disse o nosso ministro [Vieira da Silva], o parente pobre das políticas sociais. E isso é uma perda enorme para o nosso sistema social, nomeadamente para as pessoas com deficiência”.

Estes tempos iniciais têm sido “gratificantes” e “estimulantes”, mas Ana Sofia Antunes não se esquece de que “não estamos ainda nem com dois meses de exercício”. Por agora sente que o seu trabalho ainda gravita à volta da delineação de um plano de ação, até porque o orçamento de Estado ainda não saiu. “Estamos a por a estrutura de pé e definir exatamente o nível de pastas de transição, ou seja, aqueles assuntos que de alguma forma ainda mexiam”. O outro desafio será “voltar a juntar todos os assuntos aqui, e ao mesmo tempo construir um plano de ação para os próximos quatro anos. Dá mais trabalho porque é preciso voltar a juntar os pedaços daquilo que foi desmembrado, mas ao mesmo tempo também funciona como estímulo adicional porque não estamos só a fazer um trabalho de continuidade, há uma grande renovação e áreas novas em que queremos apostar”.

E Ana Sofia Antunes está bem ciente das áreas em que é necessário intervir. “Todo o meu percurso enquanto pessoa que vivenciou a realidade da deficiência neste ponto de vista da limitação visual me deu obviamente muita informação, que só mesmo quem vivencia pode ter”, pelo que, se tivesse que escolher uma área prioritária de intervenção, não tem dúvidas. “Nesta fase temos muitos planos e sonhos na cabeça e queremos conseguir concretizá-los ao máximo. Mas se tivesse que escolher uma área prioritária para aquilo que considero que é o impacto na vida das pessoas com deficiência, principalmente aquelas que ainda estão a fazer o seu processo de inclusão, diria que há que combater a exclusão social e a pobreza que lhe vem associada. E portanto é para nós uma grande prioridade conseguir criar a prestação social única”.

Curiosamente, a última reunião do dia seria o único momento diretamente ligado com a deficiência visual, com a Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual. “Há aqui um projeto-diploma que tem que ser alterado, sobre a lei dos cães guia”, explica Ana Sofia Antunes. Não resistimos à deixa e perguntamos à secretária de Estado se tem um cão guia, além da bengala cor-de-rosa que sempre a acompanha. “Tenho, mas não é um cão guia. É um cão cão!”.

Fonte: SOL

Hospital de Gaia passou a cobrar estacionamento a cidadãos com deficiência

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho assume que desde outubro as pessoas com deficiências motoras passaram a pagar parque de estacionamento, porque "incapacidade física não significa insuficiência económica". "O facto de ser deficiente físico não quer dizer que não tenha capacidade para pagar", disse hoje à Lusa Belmiro Rocha, vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia, reagindo a uma denúncia de um utente da unidade.

Para o responsável, "ser deficiente físico não significa ser insuficiente económico" pelo que desde que o parque de estacionamento do hospital foi concessionado no ano passado que todos, sem excepção, estão sujeitos ao pagamento, embora com os "primeiros 15 minutos gratuitos". Belmiro Rocha lembrou que, efectivamente, antes da nova gestão do parque "as pessoas com incapacidade não pagavam", mas explicou que "tal era uma excepção" pois não existiam lugares de estacionamento específicos para deficientes mais próximos das unidades de saúde. "Aquilo era uma míngua para as dificuldades que tínhamos", recordou.

Com as obras no centro hospitalar, foi necessário entregar a construção e gestão de um novo parque a uma empresa privada que criou mil lugares de estacionamento, "25 dos quais para pessoas com incapacidade que estão distribuídos nos diversos pavilhões". "Não queremos criar uma situação de exclusão das pessoas. Têm o acesso garantido. Tinham antes quatro lugares, passamos a 25 lugares", realçou o responsável.

Belmiro Rocha frisou que "de acordo com a legislação" foram criados os "lugares em proximidade dos pavilhões" para pessoas com incapacidades, mas garantiu que "ao fim de um ano de utilização" do parque será feita uma avaliação sobre "se será necessário alguma alteração ao contrato inicial" com a empresa com a concessão.

O vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia reagiu desta forma ao alerta de um utente que esta sexta-feira, à Lusa, relatou que "os deficientes motores" são agora "obrigados a pagar estacionamento", o que antes não se verificava. Vitor Cardoso contou que numa visita ao hospital, e "ao contrário da norma habitual", foi "obrigado a pagar o estacionamento" depois de lhe ter sido informado que para a empresa privada agora a gerir o parque "os deficientes motores não representam nenhum grupo de excepção".

"Ora sendo o parqueamento automóvel fora do hospital muito longe das instalações hospitalares, resulta que os deficientes são obrigados e sem alternativa a estacionar dentro do hospital", criticou o utente para quem a situação é uma "vergonha" e mais uma "barreira criada aos cidadãos com dificuldades especiais".

Fonte: Público

Campanha #AToyLikeMe convence indústria a criar bonecos com "deficiência"

Bonecas com implante auditivo, andarilhos ou angioma facial. Ou de óculos, de muletas ou de lábios leporinos. Depois de uma campanha lançada por pais a clamar por brinquedos especialmente dirigidos aos filhos portadores de deficiência - um mercado calculado em 150 milhões de crianças -, várias empresas responderam criando linhas limitadas de produtos ou propondo a encomenda online.

Globalmente, a indústria de brinquedos movimenta 120 mil milhões de dólares. Mas não existe nenhuma Barbie de cadeira de rodas, explicou Rebecca Atkinson quando lançou a campanha #ToyLikeMe há quase um ano

A jornalista britânica trabalhou 20 anos na produção de TV e de imprensa e sempre se interessou pela forma como o sector tratava a deficiência infantil. Em abril de 2015, ao reparar na falta de representação destas características na indústria de brinquedos, lançou com outras mães a iniciativa #ToyLikeMe, nas redes sociais Facebook e Twitter.

"A resposta da Playmobil à deficiência era um rapazinho com uma perna partida e um homem idoso empurrado numa cadeira de rodas por uma mulher jovem e loira. O que é que isto dizia às crianças? Que só os idosos precisam de cadeiras de rodas? Que a deficiência infantil se resume a umas semanas com a perna engessada e depois desaparece?", perguntava Rebecca.

"Quando pensei no nível de exclusão que estas grandes marcas estavam a operar, os 'Flautistas de Hamelin' da meninice, fiquei furiosa. Quis fazer alguma coisa. É que eu era uma dessas crianças", explica a jornalista. "Cresci com aparelhos auditivos e nunca me vi representada em lado nenhum. Não havia pessoas surdas na televisão, na banda desenhada que eu lia ou nos brinquedos com que eu brincava".

O caso das Makie Dolls
O resultado da iniciativa foi um movimento viral que envolve milhares de pessoas, que começaram por transformar brinquedos de forma a mostrar alguma deficiência, fotografando-os depois e publicando as imagens na internet, para chamar a atenção para a "deficiência" da indústria.

Atualmente procuram ter um site através de um pedido de crowdfunding.

A Indústria, ou pelo menos parte dela, começou a ouvir. O movimento descobriu uma pequena empresa britânica, a Makie Dolls, que produz bonecos por impressão 3D e que aceita encomendas. A #ToyLikeMepediu-lhe se faziam umas bengalas e uns aparelhos auditivos para as suas bonecas.

A empresa não só aceitou de imediato como em pouco tempo desenvolveu três modelos, um com bengala, outro com aparelho coclear e outro com angioma facial. Está ainda a criar uma boneca em cadeira de rodas.

Petições de milhares
A Playmobil foi o alvo seguinte. Depois de uma petição que obteve 50 mil assinaturas numa semana a empresa aceitou o desafio e está a começar a produção de produtos inspirados em ideias lançadas pelo movimento, que deverão chegar ao mercado em 2016

A Lego recusou a princípio responder ao desafio de outra petição, assinada por 20 mil pessoas, mas o movimento não desistiu e colocou na página das ideias da Lego uma proposta de um Pai Natal numa cadeira de rodas. A Lego acabou por anunciar a criação de um boneco em cadeira de rodas.

Atualmente a campanha #ToyLikeMe é seguida por 30 mil pessoas em 45 países e pretende criar um site que sirva de banco de dados de brinquedos com deficiência ou produtos para crianças portadoras de deficiência, para aquelas pessoas que os procuram poderem facilmente encontrá-los e, eventualmente, encomendá-los.

Para isso, a campanha lançou um pedido de crowdfunding. Pode encontrá-lo aqui.

Fonte: RTP Noticias

Dança inclusiva no Fundão

Esta iniciativa integra-se no projeto "Sentidos Especiais" da responsabilidade do Núcleo Pais-em-Rede do Fundão realizado em parceria com a Câmara Municipal de Fundão

Os "SENTIDOS ESPECIAIS" é um programa de atividades culturais e educativas concebidas para TODOS os públicos num enfoque da Inclusão social, cultural e educativa

Pretende-se com este programa inclusivo (Despertar dos Sentidos; Eco dos Sentidos e À Escuta dos Sentidos) proporcionar um conjunto de iniciativas culturais e educativas impulsionadoras de sentidos inclusivos mais solidários e promotores de uma cidadania ativa.

A proposta de promover diferentes ecos artísticos como a música, o teatro, a dança, o cinema, as artes performativas, a pintura, entre outros, visam trilhar caminhos inclusivos envolvendo e despertando novos sentidos.

Mais informações em : Núcleo FUNDÃO - PAIS-em-REDE
Espetáculo de Dança "Contraluz"
Workshop Dança Inclusiva



Afetos… ou falta deles

Falar ou escrever sobre afetos e afetividades é, para mim, uma tarefa bastante complexa porque não os tenho, desde muito jovem. Os afetos ou sinais deles são essenciais ao bem estar, ao crescimento e desenvolvimento, à alegria do simples acordar de um ser humano, independentemente da sua condição física e social.

Até me podem considerar um privilegiado por ter um emprego com algum estatuto, uma casa, roupas de marca, cadeira nova, dispositivos Apple e outros bens materiais que, de certo modo, camuflam a minha aparente diferença física resultante de uma paralisia cerebral que data do momento do meu nascimento, contudo, as pessoas que tiveram responsabilidades no meu percurso para ser o tal “alguém na vida” não tiveram a capacidade de procurar caminhos que me dessem uma vida afetiva minimamente resolvida e esse marco antissocial condiciona muito a minha felicidade, que fica muito aquém do que foi, por mim, expectável. O meu crescimento como pessoa foi e é feito sem beijos e abraços, sem toques que ultrapassem os dados num corpo visto como, apenas e só, carente de ser lavado, vestido e alimentado. Existe dignidade mas nada mais. 

Onde está o “Gosto de ti”, o pentear do cabelo, as carícias na face e nas mãos, as massagens nos ombros e tantas outras reações naturalmente presentes no quotidiano da grande parte dos cidadãos das sociedades civilizadas? Por consequência dessas carências afetivas, se uma amiga ou colega tiver a iniciativa de me dar, por exemplo, uma bolacha à boca, fico tenso, tremo por todos os lados! E por que razão isso acontece? Porque, precisamente, não fui preparado para esses momentos mais doces, tendo implicações traumáticas e constante défice de auto estima. Não é um desastre mas é um incómodo vital.

Procuro então afetos onde não existem, verdadeiramente. Com criatividade, crio os meus próprios, os virtuais que me enganam pela necessidade que sinto em me enganar, em fantasiar vivências que me permitem viver intimamente e emocionalmente com uma falsa tranquilidade e equilíbrio. Encontro-os na minha escrita, no meu eterno romantismo, nos livros de Nicholas Sparks e nos filmes baseados em obras do escritor, nas minhas músicas favoritas. Principalmente nos meu sonhos! Continuo a ser um sonhador mas, no entanto, e com o decorrer do tempo a caminhar para uns 40 anos que me fazem refletir sobre como poderei eu introduzir mais afetividades na possível segunda parte da minha vida, interrogo-me: Será que a apatia e falta de expectativas que agora me tenho vindo a incutir serão realmente o passo assertivo para viver um dia de cada vez com menos ansiedade e sofrimento interno, mas também mais só e cético quanto a uma vida social mais ativa, alegre, participativa e com afetos? Como explico às pessoas que não quero continuar a ter um dia-a-dia de recluso VIP, usufruindo somente do lugar de conforto da minha casa de família e do meu emprego? Que armas devo usar para mudar uma vida já aborrecida e até de algum tédio.

O meu aspeto físico conta e muito. A minha personalidade e timidez também. Não consigo dizer-lhe que gosto dela há anos, com receio não sei bem de quê. Sou incapaz de convidar uma amiga a ir ao café, ao cinema, ao teatro, à praia… Não consigo. Sozinho também não vou e acabo por me isolar com os meus próprios fantasmas. Ninguém os leva. Na generalidade, elas até me acham graça, elogiam-me como pessoa, como profissional, como poeta, mas apenas e só isso. Às 18h30 lá vou eu para casa e aos fins-de-semana lá estou eu sozinho ou em família. Não são raras as vezes que afirmo que ninguém gosta de mim. Digo-o em jeito de brincadeira com essa certeza assustadora a pairar-me no peito. Os afetos ou escassez dos mesmos são os únicos culpados da minha não felicidade.

Sexualmente, não me vou alongar muito, até porque foge um pouco do que ambiciono ter. Já procurei insistentemente alguém na internet para estar comigo. Outrora, foi até uma obsessão, mas, com o tempo e suas lições, percebi que não é isso que quero. Seria relativamente fácil comprar uma experiência sexual mas estaria a dar uma machadada na minha dignidade e nos valores que me caracterizam. Adoro mulheres mas não quero um momento comercial ou de compaixão, até porque eu seria esquecido. Ela não. Sexualidade temos todos, seja de que maneira for. Defendo o sexo assistido somente para quem tem total impossibilidade física para explorar o seu corpo.

Grato a quem leu este testemunho.

Manuel Francisco Costa
www.facebook.com/manuel.f.costa

Fonte: Plural&Singular

Candidaturas de apoio ao ensino especial

Estão abertas de 1 de Fevereiro a 4 de Março 2016 as candidaturas de apoio a atividades e ações destinadas a promover a educação, no âmbito da intervenção precoce, reabilitação e integração escolar e social de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, contemplando, especialmente, as seguintes iniciativas:

a) Ações de formação para professores, educadores e outros profissionais ligados à educação;
b) Ações de formação para pais e encarregados de educação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, promovidas por Associações de Pais, ou outras instituições, preferencialmente ligadas a instituições de ensino.
c) Aquisição de equipamentos para melhoria da qualidade do atendimento e da aprendizagem do público-alvo.

As candidaturas devem ser apresentadas por instituições públicas ou privadas, individualmente ou em associação, considerando-se Entidade Beneficiária do financiamento, a instituição que apresenta a candidatura e que fica responsável pela execução do projeto.

Apenas são admitidas a concurso, as candidaturas apresentadas em formulário próprio, devidamente preenchido, que reúnam os requisitos exigidos no Regulamento do concurso.

Só são aceites candidaturas on line.

A Entidade Beneficiária deverá:
preencher o formulário abaixo disponível on line, correspondente ao concurso aberto,
registar e guardar o número de processo que lhe foi atribuído.
Para completar a sua candidatura deverá, de seguida, aceder a my-file e
proceder à anexação dos documentos obrigatórios ou necessários e, se tiver dúvidas, fazer um pedido de informação.

Os documentos a anexar ao formulário da candidatura deverão ter o formato PDF ou JPG (o tamanho máximo recomendável é de 2MB). De forma a prevenir dificuldades no envio dos processos, solicita-se que se evite a sua apresentação nos últimos dias do prazo.

As candidaturas ao presente concurso devem ser enviadas para a Fundação Calouste Gulbenkian, até ao dia 4 de março de 2016.

Regulamento do Concurso Educação Especial
Anexo ao Formulário de candidatura

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Área da deficiência foi o “parente pobre” nos últimos quatro anos

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, considerou que a área da deficiência foi o “parente pobre” das políticas sociais nos últimos quatro anos, o que está a obrigar a um “reordenamento”.

A governante, que falava aos jornalistas à margem da apresentação do Programa Municipal de Apoio ao Desporto Adaptado da câmara do Porto, contou que a extinção, no mandato anterior, da secretaria de Estado que tratava as matérias ligadas à deficiência criou “dificuldades”.

“Considero que os últimos quatro anos [referindo-se ao Governo PSD/CDS-PP] foram um período de grande adormecimento em matéria de políticas sociais na área da deficiência. A área da deficiência foi tornada o parente pobre das políticas sociais. E isto tem consequências (…) o facto de não haver uma entidade coordenadora para a área e as questões se disseminarem por diferentes serviços que depois não se articulam”, descreveu Ana Sofia Antunes.

Questionada sobre quais as prioridades da sua secretaria de Estado, a governante avançou que estão a ser definidas questões orçamentais, mas frisou que “nem tudo exige dinheiro”: “Há muita coisa na deficiência que não depende de questões orçamentais”, disse.

Ana Sofia Antunes está a percorrer várias cidades e a visitar instituições no âmbito do programa “Percursos pela Inclusão”, dedicado ao tema “Respostas Sociais Inovadoras no âmbito da Inclusão”.

O objetivo é “conhecer respostas que possam ser classificadas como respostas socialmente inovadoras” em áreas como desporto, educação, reabilitação, atividades ocupacionais, entre outras.

“[Respostas que] possam revelar-se como iniciativas diferentes, arrojadas que apostem no desenvolvimento das capacidades das pessoas com deficiência e as tragam para a comunidade, as tirem do interior das organizações”, descreveu.

Ana Sofia Antunes lembrou a Convenção dos Direitos da Pessoas com Deficiência, que refere como meta “procurar o mais possível restringir a institucionalização aos casos em que ela se revele imprescindível, na medida em que seja imprescindível, e a partir da idade em que seja imprescindível

Fonte: Observador

"Esse lugar não é seu", dizem (d)Eficientes Indignados a Marcelo

Movimento enviou esta terça-feira uma carta a aberta a criticar o novo Presidente da República por ter estacionado o carro num lugar reservado a deficientes. Momento foi transmitido pela SIC

"Apesar de ser professor catedrático há mais de 30 anos, hoje vemo-nos obrigados a dar-lhe uma aula subordinada ao tema 'cidadania e civismo'. Só o fazemos porque, no primeiro dia após a sua eleição, mostrou uma forte carência de conhecimentos nesse domínio. Grave para qualquer cidadão. Inqualificável para um futuro Presidente da República", escreve, na carta aberta, o movimento cívico fundado em 2012.

No texto, partilhado com a comunicação social e intitulado Carta Aberta a Marcelo Rebelo de Sousa - Esse Estacionamento Não é Seu, o movimento lembra que "existem pessoas que por acidente ou doença se encontram fortemente limitadas na sua mobilidade" e que, "devido ao reconhecimento dessa mesma realidade, foram criadas leis (...) para atenuar as dificuldades e e desvantagens que estas pessoas sentem diariamente".

"Agora, tire apontamentos, é importante, sairá na frequência: segundo o art. 50.º do Código de Estrada relativo à proibição de estacionamento, o Professor terá de pagar uma coima de 60 a 300 euros. É proibido estacionar sem dístico nos lugares reservados para pessoas com mobilidade reduzida. E mais (não pouse já a caneta): o art. 82.º do Código da Estrada prevê relativamente à ausência de utilização de dispositivos de segurança uma coima de 120 a 600 euros. Pois é, até chegar ao estacionamento reservado, conduziu sem cinto", interpelam os (d)Eficientes Indignados.

Os autores, que iniciam a missiva dando os parabéns ao novo Presidente da República pela sua eleição, terminam definindo como "trabalho de casa" a "exigência do pagamento das devidas multas". "Não dispensamos ainda um pedido de desculpas a todos os portugueses, em particular àqueles que vivem com diversidade funcional. Acreditamos que tenha sido um dia mau. Ainda temos esperança de um dia lhe darmos uma nota excelente", remata o movimento.

O momento aconteceu quando, ao ser acompanhado pela SIC no seu primeiro dia depois de ter sido eleito, Marcelo Rebelo de Sousa estacionou o carro perto de um café em Caxias.

Leia a carta completa:

CARTA ABERTA - ESSE ESTACIONAMENTO NÃO É SEU

Exmo Professor Marcelo Rebelo de Sousa,

Antes de mais, damos-lhe os parabéns pelo extraordinário momento que vive na sua vida. Foi eleito Presidente da República Portuguesa. Será, a partir de dia 9 de Março, a cara, a voz e o punho de um povo com cerca de 900 anos de história. Deve estar radiante e não é para menos. Nós, não estamos nada radiantes, e não é para menos também.

Apesar de ser professor catedrático há mais de 30 anos, hoje vemo-nos obrigados a dar-lhe uma aula subordinada ao tema "cidadania e civismo". Só o fazemos porque no primeiro dia após a sua eleição, mostrou uma forte carência de conhecimentos nesse domínio. Grave para qualquer cidadão. Inqualificável para um futuro Presidente da República.

Entenda, por favor, que existem pessoas que por acidente ou doença se encontram fortemente limitadas na sua mobilidade. Devido ao reconhecimento dessa mesma realidade, foram criadas leis (veja bem como isto não deveria ser novidade para si) para atenuar as dificuldades e desvantagens que estas pessoas sentem diariamente. Agora tire apontamentos, é importante, sairá na frequência: segundo o art. 50º do Código da Estrada relativo à proibição de estacionamento, o Professor terá de pagar uma coima de 60 a 300 euros. É proibido estacionar sem dístico nos lugares reservados para pessoas com mobilidade reduzida. E mais (não pouse já a caneta): o art. 82º do código da estrada prevê relativamente à ausência de utilização de dispositivos de segurança uma coima de 120 a 600. Pois é, até chegar ao estacionamento reservado, conduziu sem cinto.

Hoje, ficamos por aqui. Já falamos de questões importantíssimas! Como trabalho de casa fica a exigência do pagamento das devidas multas, sendo que não dispensamos ainda um pedido de desculpas a todos os portugueses, em particular àqueles que vivem com diversidade funcional. Acreditamos que tenho sido um mau dia. Ainda temos esperança de um dia lhe darmos uma nota excelente.

Movimento (d)Eficientes Indignados

Fonte: DN

domingo, 24 de janeiro de 2016

Junta de freguesia cria câmaras de voto para utilizadores de cadeiras de rodas

A lei para a eleição do Presidente da República é clara: as assembleias de voto devem reunir-se em edifícios “que ofereçam as indispensáveis condições de capacidade, segurança e acesso”. Mas a realidade nem sempre é essa e para muitos cidadãos com deficiência ou mobilidade condicionada percorrer o caminho até à assembleia, entrar no edifício e chegar à secção de voto implica vencer inúmeras barreiras, que nalguns casos se prolongam até ao momento em que o voto é finalmente depositado na urna.

“Há uma forma muito indulgente de encararmos a legislação das acessibilidades, e isso reflecte-se na forma como se organizam as assembleias de voto”, avalia Jorge Falcato, do Movimento (d)Eficientes Indignados. Este activista lamenta o ritmo “muito lento” a que se tem dado cumprimento à legislação nesta área e sublinha que isso faz com que os cidadãos com deficiência continuem hoje “a viver num certo apartheid”.

Em relação às assembleias de voto, cuja localização é determinada pelos presidentes de câmara, Jorge Falcato está convicto de que “muitas vezes não se pensa sequer” na questão das acessibilidades e nas implicações que uma determinada escolha pode ter para muitos eleitores. Entre eles os cegos ou com baixa visão, os que têm mobilidade reduzida, os que estão temporariamente incapacitados ou simplesmente os idosos.

“Em quase todas as eleições me chegam aos ouvidos casos de pessoas que se recusam a votar porque não se sujeitam a andar ao colo de alguém”, conta o também deputado do Bloco de Esquerda. Segundo explica, essa é a solução a que recorre muitas vezes quem anda numa cadeira de rodas e se vê por exemplo obrigado a subir um lance de escadas para chegar à sua secção de voto.

Já a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, empossada no cargo no final de Outubro, diz que “temos de tudo”, mas faz uma avaliação mais positiva da acessibilidade às assembleias de voto. “É um problema que nos preocupa, mas já não é a realidade catastrófica de há alguns anos”, afirma Ana Sofia Antunes, reconhecendo ainda assim que a situação é diversa consoante se esteja a falar de meios urbanos ou rurais e consoante a dimensão das localidades.

Mas tem a governante conhecimento de que haja quem fique em casa, por considerar que votar é uma tarefa demasiado penosa? “Não podemos descartar essa possibilidade”, diz, admitindo que algumas pessoas possam “sentir que é muito difícil, que exige muito esforço”. E essas dificuldades, salvaguarda a ex-presidente da Direcção Nacional da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, podem existir não só no edifício onde funcionam as assembleias, mas também no caminho até lá.

Isso mesmo é destacado num guia de “Boas práticas para a Instalação de Assembleias de Voto Acessíveis” que foi recentemente divulgado pela equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal da Câmara de Lisboa. Nesse documento, os técnicos municipais lembram que a acessibilidade depende não só das “condições físicas no edifício onde é instalada a assembleia de voto”, mas também da “envolvente” a esse edifício e do próprio “processo de votação”.

O documento, cuja elaboração foi coordenada pelo arquitecto Pedro Homem de Gouveia, apresenta “um conjunto de recomendações, algumas mais fáceis de implementar do que outras, e que devem ser tidas em consideração no momento da selecção/análise dos locais de voto”. Entre elas estão a de que uma assembleia de voto “deve ter na sua proximidade paragens/estações de transporte público e parque de estacionamento” e a de que os percursos pedonais entre esses pontos e o edifício “devem ter, em todo o seu desenvolvimento, um canal de circulação contínuo e desimpedido de obstruções”.

Recomenda-se também que sejam “privilegiados os locais de voto com entrada do edifício sem desníveis” e que quando se revelar necessária a instalação de rampas, no acesso ao local ou no seu interior, elas sejam “firmes, estáveis, resistentes” e tenham “um revestimento de piso antiderrapante”. Neste guia não são esquecidas as secções de voto, onde “existem dois equipamentos cuja disposição e características podem fazer toda a diferença para a plena acessibilidade ao voto”: o “conjunto mesa/urna” e a “câmara de voto”. Ambos, diz-se, devem ter uma altura que permita a sua utilização por pessoas em cadeiras de rodas.

República Checa já tem assistentes sexuais para pessoas com deficiência

Na República Checa apareceu um novo tipo de serviço – assistentes de sexo para pessoas com deficiências físicas.

Em novembro de 2015 a mídia russa, polonesa e tcheca já havia informado sobre o possível projeto da organização Prazer Sem Risco (Rozkoš bez rizika), que visa ultrapassar um tabu existente na República Tcheca sobre a esfera sexual das pessoas com deficiência.

Segundo a opinião de Petr Eisner, consultor de pessoas com deficiências que ensina funcionários de serviços sociais, as pessoas muitas vezes encaram a sexualidade destas pessoas como algo “escandaloso, anormal e pervertido”.

Segundo ele declarou à publicação Blesk.cz, uma pessoa descapacitada “é percebida como uma coisa, como um animal, como uma criança eterna”.

“As necessidades sexuais das pessoas com deficiências podem apresentar problema para os seus parentes. Mas estas necessidades devem ser ‘abordadas’, e não proibidas”, disse Milan Langer, que sofre de paralisia desde a infância, ao canal de TV polonês TVN24.

Atualmente na República Tcheca trabalham cinco assistentes deste tipo, todas elas se formaram em Medicina e Psicologia. A sua especialização foi prestada pela organização Prazer Sem Risco.

Os representantes da organização e as próprias assistentes sublinham que não se trata de prostituição (esta, aliás, não está proibida na República Tcheca), mas sim de ajuda às pessoas.

Uma assistente de sexo tem o direito de determinar o volume de serviços prestados após avaliar as peculiaridades de cada pessoa.

Fonte: sputnik



“Para as pessoas com deficiência se trata de uma ajuda psicológica. Não se trata de sexo todo o tempo, trata-se de ensinar um paciente a satisfazer as suas necessidades, aceitar-se si mesmo e o seu corpo”, notou a funcionária da organização Lucie Sidova na entrevista para TVN24.

Os serviços prestados custam 1.200 coroas por hora (cerca de 45 euros) e as assistentes de sexo só podem trabalhar caso cumpram vários requisitos, inclusive têm que possuir um certificado de empresário.

Sexualidade e afetos na deficiência por Anne Caroline Soares

Em pleno ano de 2015, estamos todos aqui a falar de sexualidade e afetos na deficiência. Para mim, isso já não seria necessário, porque deveria ser algo cotidiano, rotineiro. Mas ainda se faz necessário, infelizmente. E apesar de hoje em dia, o sexo entre os ditos normais, parecer eestar longe de preconceitos, não está. Em muitas famílias, este tema ainda é complicado abordar, o que torna-se urgente descomplicar. Afinal, a família só está ali, porque houve sexo. Na deficiência, isso agrava-se.

E precisamos com urgência, desmitificar isso. Falar de sexo com naturalidade. Claro, que como em tudo na vida com algum Q.B. Quando me refiro a naturalidade, não é contar para vocês, que ontem fiz a posição x do Kamassutra com meu namorado, ficante, ou outra pessoa. Mas sim, falar que é possível.

Qualquer ser, precisa de conviver, e aqui neste ponto refiro-me a afetos. No meu ver é a parte mais complicada. Sim, porque sexo , se pagarmos, o dinheiro permite isso. Mas o afeto não.

E sexo bom, é sexo com afeto. O outro preenche a parte fisiológica, mas não afeetiva.

O afeto de amigos e familiares, é outro item essencial na felicidade de qualquer pessoa.

Criou-se um mito em torno da pessoa com deficiência, se dscubro quem começou com isso….vai conhecer o peso da minha cadeira motorizada rs, nós temos que acabar com essa história que não se faz sexo nem amor. Eu ponho me a pensar: De onde tiram essas ideias? A não ser que o rapaz tenha nascido sem o pênis, a menina sem a perereca…perguntas são desnecessárias. Um bom divã, uma boa divã…sabe o poder de uma língua, de uma mão no lugar certo, que sexo se redescobre, e quem quer faz, ora essa! Cá para mim, existe é muito andante sem um bom sexo. Porque como diz o ditado popular, para meio entendedor, meia palavra basta.

Tenho imensas amigas brasileiras tetraplégicas que namoram, outras casadas, mães, outras que já vão no segundo casamento. Refiro me as brasileiras, porque infelizmente, ainda não conheci nenhuma tetraplégica portuguesa a casar após acidente, ou doença. Já conheci sim casos, mas já se conheciam antes. Refiro me a tetras e não paraplégicas. Gostaria de conhcer.

Esses mitos são tudo bobagens de mentes muito criativas. Convido um andante a convidar aquele mulher sentada ali na cadeira, ou uma andante, garanto que se surpreenderá. Ao contrário, do que julga, vai se surpreender. Confesso que iria usar outro vocabulário, de repente, e a tempo, que estou numa palestra. Ufa!

O deficiente sente falta de sexo, mas o que muitos mais sentem é de um relacionamento. E claro, isso se completa. Mas o gostar, o se preocupar, tem um peso enorme. Que fique claro, que ninguém quer um cuidador ou cuidadora, todos querem companheiros. O cuidar, se este for preciso, faz parte de qualquer relacionamento de maneiras diferentes. O dialogo é importantíssimo. Há companheiros(as) de um deficiente dependente que os auxiliam, porque amar é cuidar sim. Quem ama, cuida. Muitas vezes, o trabalho, a vida, diversos fatores, até mesmo de saúde podem não permitir e os deficientes tem seus cuidadores. Cada casal, irá dialogar e encontrar as melhores soluções.

Recordo me de um dia a apanhar sol e ler um livro, uma senhora me aborda, do nada diz..a senhora é linda, mas que pena, nunca vai casar. Meu sangue ferveu, e respondi-lhe, mas ele não vai casar com uma empregada, mas com uma mulher, e que mulher!! Eu acho que a senhora está um pouco gordinha, ah está com caspa, e meu Deus corra, que se ele chega e não encontra o jantar na mesa, tem briga na certa.

Ah conheço um casal da internet e este posso divulgar nomes, porque teem um canal público no Youtube, ambos paraplégicos. Uns fofos, casal que se dá super bem, e deixam muitos a roer de inveja. O nome é Fes sobre rodas, sigam e se inspirem.

Vamos ser feliz pessoal?

Fonte: Plural&Singular

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Salvador e a sua Associação conhecem como poucos a causa da Mobilidade Reduzida

Salvador e a sua Associação conhecem como poucos a causa da Mobilidade Reduzida. Por ela, lutam há mais de uma década e em várias frentes. Tudo em prol de uma maior igualdade de oportunidades.
Quando, em 2003, cria esta Associação com o objetivo de promover a integração das pessoas com deficiência motora na sociedade e melhorar a sua qualidade de vida, que país encontrou? Portugal era então um país ativo e solidário para com esta causa?
No meu entender, Portugal sempre foi um país solidário com as causas sociais. No entanto, nessa altura, existia um maior desconhecimento e discriminação relativamente às pessoas com deficiência. Antes de ter sido adotada a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência na Assembleia Geral das Nações Unidas em finais de 2006 (foi depois ratificada por Portugal, em 2009), a deficiência era percecionada como uma característica inerente à pessoa (ex.: falta de visão, locomoção, falta de audição, etc.). Depois da Convenção, passou a existir uma nova abordagem na qual a deficiência é o resultado da interação entre a pessoa e o meio em que está inserida. Penso que foi um ponto de viragem e um alerta para a sociedade. De facto, se forem criadas acessibilidades, igualdade de oportunidades no acesso ao ensino e ao mercado de trabalho, se não existir preconceito, as pessoas com deficiência motora conseguem viver uma vida perfeitamente normal. Nos últimos dez anos, tem havido uma evolução e um aumento da solidariedade; no entanto, existe ainda um longo caminho a percorrer, para se passar da palavra à ação.

Há pouco mais de uma década, quais eram as maiores necessidades das pessoas com deficiência motora? E em que áreas a sociedade revelava as maiores lacunas?
As principais lacunas são criadas pela sociedade e consistem na falta de acessibilidades e no preconceito, devido ao desconhecimento que existe em relação às capacidades das pessoas com deficiência motora.

Os acessos aos edifícios públicos e privados, sobretudo aos que têm serviços em áreas cruciais como a saúde e o ensino, e as condições da via pública foram sempre os que mais se evidenciaram pela negativa. Continuam a ser focos problemáticos?
Esta continua a ser, sem dúvida, uma área onde há muito por fazer. Apesar de existir um decreto de lei de 2006 que obriga os espaços a tornarem-se acessíveis, sendo o prazo limite para adaptação o final deste ano de 2016. É certo que continuam a ser realizadas obras, nascer edifícios e a abrir espaços sem acessibilidades e a fiscalização, e consequentes penalizações, continuam a falhar.

E no contexto da luta pelas acessibilidades nasceu o site Portugal Acessível? Em que consiste e em que medida ajuda as pessoas?
O Portugal Acessível é um guia que disponibiliza informação sobre acessibilidades físicas em diferentes tipos de espaços, desde alojamento, restaurantes, praias, a outro tipo de serviços. Tem dois objetivos essenciais: por um lado, sensibilizar os espaços para a importância de serem criadas acessibilidades, uma vez que os mais de 3.500 espaços foram visitados presencialmente, e por outro, disponibilizar informação fidedigna às pessoas com deficiência motora sobre locais que podem frequentar sem os habituais constrangimentos com que se defrontam no dia a dia.

E ainda nesta área, apostaram no projeto Lisboa Acessível, aprovado no Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa (CML) em 2012. Como tem evoluído? Que balanço é possível fazer?
O projeto Lisboa Acessível, que submetemos em 2012 ao Orçamento Participativo da CML, pretende constituir o exemplo daquilo que deve ser uma cidade acessível. Escolhemos um eixo central da cidade de Lisboa, entre Entrecampos e o Marquês de Pombal, e propusemos que se tornasse livre de barreiras: passadeiras rebaixadas, passagens de autocarro acessíveis e remoção de obstáculos no passeio. Apesar de o regulamento prever que os projetos aprovados têm 18 meses para se concretizar (maio 2014), apenas agora as obras começam a avançar e com alterações introduzidas pela CML face ao projeto inicial. Estamos desiludidos com a demora, até porque foi um projeto submetido por um conjunto de nove parceiros (instituições relacionadas com a deficiência), mas muito expectantes.

A estas áreas juntou ainda a área do emprego e trabalha ativamente na inclusão das pessoas com deficiência no mercado laboral. Como são recebidas estas pessoas no mercado nacional?
Algumas entidades não se encontram tão abertas a uma empregabilidade inclusiva como seria desejável, o que se deve, por vezes, à falta de acessibilidade dos edifícios ou desconhecimento relativamente à deficiência motora e implicações que esta pode ter na execução de um trabalho. Felizmente, temos tido também bons exemplos de empresas com políticas de integração profissional mais inclusiva, com quem temos vindo a trabalhar, como a L’Oréal e a SAP. Temos verificado através da nossa intervenção, que a sensibilização detém um papel importante no que diz respeito à desmistificação da ideia pré-concebida de que deficiência está intrinsecamente ligada ao conceito de incapacidade. Isto leva a que haja cada vez mais uma maior abertura à integração profissional de pessoas com deficiência motora no mercado de trabalho. Esperamos continuar a contribuir ativamente para uma maior igualdade de oportunidades para estas pessoas e para um mercado de trabalho mais inclusivo e alerta para os aspetos relacionados com a responsabilidade social.

A Associação tem levado as suas lutas até aos decisores políticos? Na sua perspetiva, o que importa e urge ver melhorado através da intervenção do Estado?
Temos abordado os decisores políticos relativamente a vários temas. Considero que os mais prioritários são aqueles cuja mudança pode conduzir a uma vida mais independente das pessoas com deficiência motora: Acessibilidades – é o eterno tema que continua na ordem do dia. Continuam a ser criados espaços sem acessibilidades, a lei prevê demasiadas exceções e existem graves lacunas na fiscalização; Assistentes pessoais – possibilidade de as pessoas com deficiência poderem escolher entre ficar em casa com assistentes pessoais ou ser institucionalizados (o valor que o Estado despende por cada pessoa com deficiência num lar poderia, em alternativa, ser utilizado para pagar a um assistente pessoal para que a pessoa possa viver em sua casa, com a sua família, uma vida normal); Acesso ao mercado de trabalho – muitas das pessoas com deficiência beneficiárias de pensões, não ponderam voltar ao mercado de trabalho pela dificuldade que teriam em retomar novamente a pensão caso fiquem desempregados. Este é um tema que tem que ser simplificado; Valores reduzidos das pensões face às elevadas necessidades das pessoas com deficiência.

Diante de todo este cenário, a Associação foi concebendo e pondo em prática outros projetos que se estendem tanto ao desporto e à sensibilização de empresas como a apoios materiais. Quais os principais projetos em curso?
Atualmente, a Associação Salvador atua sobretudo em três áreas nas quais apoia diretamente cerca de 300 pessoas por ano com deficiência motora. Na Integração, através da atribuição de apoios diretos a pessoas com deficiência motora carenciadas (criação do próprio negócio e formação, obras em casa, desporto); na Integração Profissional (sensibilização de empresas, acompanhamento e encaminhamento de candidatos); na Promoção de Desporto Adaptado (dez modalidades); e eventos de convívio.

Também atuamos na área da Sensibilização, realizando palestras em escolas de todo o país, promovendo a prevenção rodoviária, e ainda criámos uma série televisiva.

Na área do Conhecimento, promovemos a compilação e partilha de informação através de conferências sobre temas relacionados com a deficiência motora, manuais informativos e estudos.

E para tudo isto, a Associação tem de contar com mecenas, parceiros e outros apoios. Apesar da crise, este apoio tem-se mantido?
A sustentabilidade da Associação Salvador é garantida pela consciência social das empresas, instituições e da população em geral. É crítica a participação de todos, pois é pela junção de esforços que se conseguem as verdadeiras mudanças. As empresas privadas e instituições continuam a ser os nossos principais financiadores. No entanto, apesar de haver um núcleo principal que se tem mantido, como a Fundação Calouste Gulbenkian, Liberty Seguros, Locarent, Novo Banco, REN, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Semapa, os valores têm vindo a ser reduzidos pelo que temos que cada vez mais desenvolver outro tipo de iniciativas, como a aposta na campanha de consignação do IRS ou a campanha “Barrete Azul”, que desenvolvemos recentemente na altura do Natal.

Neste novo ano, por onde vão passar as lutas da Associação?
Vamos continuar a nossa luta por uma sociedade mais inclusiva, na qual as pessoas com deficiência possam ter uma participação plena. O nosso objetivo é tirar as pessoas de casa, potenciar os seus talentos e capacidades e torná-las mais ativas e independentes em todas as vertentes: social, desportiva e profissional. Por outro lado, continuaremos o nosso trabalho de sensibilização da sociedade para acabar com o preconceito e criar igualdade de oportunidades.

Uma das áreas em que vamos apostar cada vez mais é a da integração profissional, através da sensibilização das empresas para as capacidades das pessoas com deficiência e da orientação das pessoas com deficiência motora para uma procura ativa de emprego.

Fonte: OJE

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Participe na consulta sobre Estratégia Europeia para a Deficiência

A Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020 está em consulta pública até 18 de março. A sua participação é importante para a Comissão Europeia avaliar o impacto da estratégia e verificar se ela continua bem configurada às necessidades e aos direitos das pessoas com deficiência.

Esta Consulta visa a recolha da opinião dos cidadãos, organizações, autoridades públicas, académicos, setor empresarial e outros parceiros sobre o impacto da Estratégia Europeia para as Pessoas com Deficiência 2010-2020, os desafios que se colocam às pessoas com deficiência e a forma a União Europeia lhes deve responder.

Os seus resultados contribuirão para avaliar os progressos da Estratégia Europeia para a Deficiência 2010-2020 e para identificar e corrigir eventuais lacunas.

A Estratégia Europeia para a Deficiência está em linha com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que a UE ratificou em 2010, e identifica oito áreas de ação: acessibilidade, participação, igualdade, emprego, educação e formação, proteção social, saúde e ação externa.

Participe respondendo ao questionário e aceda a mais informação sobre esta consulta pública. A sua opinião conta!

Fonte: INR

Novo programa de TV sobre deficiência

A Santa Casa da Misericórdia do Porto e a Associação Salvador assinaram um protocolo de colaboração para a criação de um programa televisivo sobre a inclusão social de pessoas com deficiência.

Em comunicado, a Misericórdia do Porto informa que o protocolo foi assinado no Centro de Reabilitação do Norte, em Valadares (Gaia).

A série televisiva, que será transmitida pela RTP 1 durante as manhãs de sábado ou domingo, terá como título “Salvador – Podias Ser Tu” e fala “de casos de reabilitação e tem como objetivo desmistificar as incapacidades das pessoas com deficiência e sensibilizar a sociedade para a importância da inclusão, nomeadamente no acesso ao emprego”.

A série vai apresentar os estabelecimentos da Misericórdia do Porto, bem como as valências de atuação dos vários tratamentos, equipamentos e programas da instituição portuense no que toca ao apoio a pessoas com deficiência, para que se atinja o objetivo do programa, “devolver a esperança a todos os que têm problemas relacionados com incapacidades físicas”.

A Associação Salvador é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) com sede em Lisboa que presta apoio a pessoas com deficiência, tendo como missão “promover a integração das pessoas com deficiência motora na sociedade e melhorar a sua qualidade de vida”.

Fonte: Porto 24

Mais de 500 nadadores lutam pelo apuramento paralímpico no Funchal

Portugal está a pouco mais de 100 dias de receber o Campeonato Europeu de natação adaptada do Comité Paralímpico Internacional (IPC), a última prova de apuramento para os Jogos Paralímpicos Rio2016, que contará com cerca 550 atletas.

A competição, que decorrerá no complexo de piscinas olímpicas do Funchal, entre 30 de abril e 7 de maio, é a primeira prova de natação adaptada à escala europeia organizada em Portugal. O evento, que terá a categoria ‘open’, vai contar com nadadores de fora da Europa que procuram mínimos para o Rio2016, oriundos de países como China, Brasil, África do Sul e México.

Em competição vão estar cerca de 550 nadadores, das quatro áreas de deficiência que integram os Jogos Paralímpicos, oriundos de 53 países. António José Silva, presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN), considerou que o evento é uma prova inequívoca de que o caminho de desporto adaptado é a integração nas federações de modalidade.

“É uma prova inequívoca de que o caminho traçado para o desporto adaptado em Portugal deve ser a integração nas federações de modalidade, que têm todos os meios organizativos, estruturais, humanos e de projeção mediática, que permitam projetar o desporto adaptado à escala nacional e internacional”, disse António José Silva à agência Lusa.

Em Portugal, a natação adaptada, que estava sob a alçada da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência, foi integrada na FPN na época 2014/2015, altura em que o organismo se candidatou à organização do Europeu deste ano. A competição será, segundo António José Silva, “um grande teste” à capacidade organizativa de FPN e “poderá ter bastante influência” na atribuição do Mundial IPC de 2017, evento ao qual Portugal também se candidatou.

“Já nos candidatamos à organização do campeonato do mundo da natação adaptada de 2017. O sucesso deste Europeu pode ter muita influência nessa candidatura”, disse António José Silva. O líder federativo lembrou ainda que o Europeu de natação adaptada é a primeira de duas provas de qualificação que decorrerá em Portugal, uma vez que em junho vai decorrer em Setúbal a segunda e última prova de qualificação olímpica de águas abertas para o Rio2016.

Em termos competitivos, Mariett Matias, diretora técnica de natação adaptada da FPN, antevê uma competição renhida, com a presença “seleções fortíssimas com muitos dos melhores nadadores do Mundo”. A seleção portuguesa para a competição só será conhecida em março, depois do campeonato nacional de inverno, que se disputa a 5 e 6 de março.

Portugal tem um histórico de várias medalhas na competição, tendo as últimas, duas de bronze, sido conquistadas em 2014 por Nelson Lopes (S4) e David Grachat (S9). Durante esta semana estarão no Funchal vários responsáveis do IPC para ultimar os pormenores para a competição, que será apresentada em conferência de imprensa na próxima quarta-feira.

Fonte: Sapo Desporto

Governo liberta 7 milhões para qualificar pessoas com deficiência

O Governo aprova esta quinta-feira o reforço financeiro de 125 instituições de apoio à qualificação de pessoas com portadoras de deficiência. Trata-se de uma medida excepcional, enquanto espera pelas verbas de Bruxelas.

São 7,3 milhões de euros para garantir acções de qualificação a quase oito mil formandos, entre Janeiro e Março. Os destinatários são pessoas com deficiência, à procura de emprego ou desempregadas. Há vários anos que estas acções de formação são financiadas pelo Fundo Social Europeu.

Acontece que os habituais atrasos na transição entre quadros comunitários estão a ser mais graves e o Portugal 2020 não está ainda a aceitar candidaturas, no âmbito do Programa Operacional de Inclusão e Emprego. Ou seja, até 31 de Dezembro do ano passado, as 125 entidades que prestam este serviço tiveram verbas do QREN e, a partir de 1 Janeiro, ficaram sem financiamento.

Ficaram, assim, em causa as acções de formação, os subsídios aos formandos e os salários dos técnicos das instituições. Preocupadas com a situação, quatro federações alertaram o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A solução, apurou a Renascença junto de fontes oficiais, está numa medida de apoio excepcional e temporária que garante as verbas para os primeiros três meses do ano. O financiamento será suportado em colaboração com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.

A expectativa é que, em Fevereiro, já seja possível apresentar candidaturas no Programa Operacional do Portugal 2020. As instituições esperam que em Abril já tenham o dinheiro enviado por Bruxelas.

Fonte: Renascença

Quer trabalhar para o Centro de Vida Independente de Lisboa?

O Centro de Vida Independente está à procura de um(a) funcionário(a) para apoio à gestão, em regime de part-time, a tempo certo.


Factores preferenciais:
Alguma experiência ou conhecimentos em gestão de projectos, organização de eventos e submissão de candidaturas a concursos para financiamentos.
Ser uma pessoa proactiva e dinâmica, capaz de estabelecer uma boa comunicação com os sócios e parceiros.
Estar inscrito no IEFP e ser elegível para a Medida Estímulo Emprego.
Ser uma pessoa com deficiência

Factores obrigatórios:
Ter conhecimentos sobre a Filosofia de Vida Independente.
Possuir no mínimo o ensino secundário, ou equivalente.

Prazo para candidaturas: De 19 a 29 de Janeiro.
Para se candidatar envie-nos o seu currículo para vidaindependente.lx@gmail.comacompanhado de uma carta de apresentação, com o assunto “Candidatura a funcionário/a”

Mais informações: AQUI

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Meu encontro com a Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência

Com a mudança do Governo fui obrigado a iniciar novos contatos com os seus membros, com a finalidade de debater a causa que me move. A deficiência.

Acredito no diálogo, e como sempre foi meu hábito, antes de avançar para iniciativas de protesto como as que tenho levado a cabo nos últimos anos, tento sempre procurar “quem manda”, e tentar por essa via ser solução e não problema.

É o que está a acontecer. Iniciei recentemente reuniões com o Governo e Grupos Parlamentares. São esses passos que vos quero transmitir.

Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência.

Recebeu-me no dia 5 de janeiro no Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social. Embora já nos conhecêssemos há alguns anos, e ser do seu conhecimento as minhas reivindicações, achei que era necessário ter esta conversa mais formal.

Antes da sua nomeação, e enquanto candidata a deputada, a Srª Secretária de Estado referiu à imprensa que as suas prioridades caso fosse eleita seriam:
-Criação de uma lei de bases da vida independente;
-Conseguir uma reversão profunda dos mecanismos compensatórios dos custos acrescidos que as pessoas com deficiência enfrentam e
-Dinamizar uma revisão da legislação de atribuição de produtos de apoio.

Confrontei-a com essas declarações assim como as promessas existentes no programa eleitoral do seu partido.

Vida Independente

Respondeu que neste momento se encontram a trabalhar para implementação o mais rápido possível da proposta também constante no programa: Avaliar e reformular as prestações sociais estudando as vantagens de implementação de um modelo de prestação única para a deficiência/incapacidade que agregue as atuais e que inclua uma componente fixa, dependente do rendimento do agregado e do grau de incapacidade da pessoa, e uma componente variável e em atualização, respeitante às despesas do agregado com a reabilitação.

Acrescentou que está a ser difícil implementá-la por falta de verbas, inicialmente seria intenção atribuir uma prestação de valor igual a todos, independentemente do seu grau de dependência e rendimentos, mas não está a ser fácil consegui-lo, visto existirem limites orçamentais, daí estar a sua equipa a ponderar outras alternativas. Quando a questionei sobre valores a atribuir, referiu que talvez ronde o valor do IAS.

Ainda sobre o tema Vida Independente, quis saber se os Projetos de Resolução apresentados pelo Grupo Parlamentar do Partido Comunista e Bloco de Esquerda, no passado dia 15/5/2014, com a finalidade de “Criar um programa piloto para um regime de Apoio à Vida Independente para pessoas com deficiência agravada”, e discutidos na reunião plenária 7 dias depois, na altura com votos a favor do seu partido (PS) mas recusados pela maioria parlamentar da altura composta pela coligação PSD/CDS, ainda poderiam ser apresentados.

Respondeu afirmativamente, acrescentando que continuavam válidos.

Outros assuntos debatidos::

Produtos de apoio

-Porque razão ainda não foi publicado em Diário da República o despacho que aprova a lista homologada anual dos Produtos de Apoio (PA) a atribuir. Ano passado foi publicado em 26/11/2014;
Resposta: Por falta de tempo.

-Porquê a obrigatoriedade das pessoas com uma deficiência temporária só beneficiarem de PA, caso apresentem atestado multiusos, sendo que quem adquire uma deficiência temporária não o vai adquirir.
Resposta: Acha normal

-Fraldas, cateteres, sacos coletores de urina, etc não pode continuar a lentidão atual na sua atribuição. Chega a demorar meses. Durante esses meses nem evacuamos e nem urinamos? Assim como a obrigatoriedade de só nos atribuírem 3 fraldas diariamente. Ou seja, é caso para referir que só podemos evacuar ou urinar 3 vezes ao dia.
Resposta: Será imediatamente alterado. Atribuição não será feita através do Sistema de Atribuição de Produtos de Apoio (SAPA) como até ao momento, mas sim nos Centros de Saúde.

-Na última lista homologada de PA não consta o viagra, gel lubrificante, etc.
Resposta: Desconhecia

-Sobre a base de Dados Registo do SAPA.
Resposta: Apta

-Contradições no SAPA. Exemplo: Uma almofada antiescaras e um andarilho é de prescrição obrigatória de um fisiatra, ou seja, temos de ser consultados por uma equipa multidisciplinar que inclua um fisiatra, com tudo que isso implica: transporte para nos deslocarmos, dificuldade conseguir consulta, se for consultado pelo Centro de Reabilitação de Alcoitão pagará a consulta, etc... se necessitar de uma cama articulada já pode ser prescrita pelo médico de família. Como entender? Critério tem de ser revisto.
Resposta: Concordou

-Em Lisboa o SAPA é da responsabilidade da Santa Casa Misericórdia de Lisboa, que por sua vez criou uma Lei própria, permitindo-lhe exigir prova de rendimentos a quem lhes solicite PA, sendo que a Lei é clara. Os PA são de atribuição gratuita e universal. Mas a SCML tudo pode.
Resposta: Discorda

-Centro de Reabilitação de Alcoitão (CMRA), centro prescritor, cobra PA conforme os rendimentos dos seus pacientes.
Resposta: Desconhecia

-Sobre a recusa por parte das entidades financiadoras de PA, (Ministério da Saúde, Instituto de Emprego e Formação Social, Segurança Social e Ministério da Educação) principalmente da saúde (hospitais) em apresentar publicamente o relatório anual referente execução dos valores gastos na atribuição PA.
Resposta: Discorda

-Continuará a existir a comissão para a deficiência e de acompanhamento de PA, assim como saber se o endereço de e-mail produtosdeapoio@inr.msess.pt
Resposta: Não conclusiva

Atestado Multiusos

-Valor absurdo a pagar pelo Atestado Multiusos.
Resposta: Vai voltar a ser gratuito

Seguradoras

-Denunciei o facto das seguradoras que têm sobre a sua responsabilidade as pessoas que adquiriram a sua deficiência devido a acidentes de trabalho, só lhes atribuírem valores idênticos aos do Estado para a 3ª pessoa (+ ou - 100,00) mensais, isto a quem teve acidente até ao ano 2000. Veja AQUI.

Do ano 2000 em diante, é atribuído aos sinistrados o equivalente ao salário minimo, assim como têm o direito a outras regalias, como é o caso da sua habitação totalmente adaptada. Ou seja, leis diferentes para pessoas em situações iguais.

Cedência do Estado ao lobby das seguradoras, pois o dinheiro gasto com estas pessoas é da total responsabilidade das seguradoras.
Resposta: Desconhecia

Formação profissional

-Não podemos realizar formação profissional porque não existem auxiliares nos centros de formação, inclusive no Centro de Reabilitação Profissional de Alcoitão, um centro de referência para pessoas com deficiência.
Além disso o valor máximo mensal que nos atribuem para transporte é de €42. Valor insuficiente, pois todos sabemos que não existem transportes públicos adaptados. Resta-nos táxis adaptados ou ambulâncias.
Resposta: Desconhecia

Transporte não urgente doentes

-Dificuldade em conseguir transporte para deslocação a consultas, fisioterapia e exames de diagnóstico. Tem de acabar essas limitações.

Centro de Reabilitação de Alcoitão

-Facto do Centro de Reabilitação de Alcoitão ser cada vez mais elitista. Um espaço só ao alcance de quem tem um bom subsistema de saúde. Isto porque é particular. Gestão pertence à SCM Lisboa. Existe somente um protocolo realizado com a Segurança Social e muito pouco abrangente.

Complemento por dependência

-Facto dos complementos por dependência do 1.º grau – pessoas que não possam praticar, com autonomia, os atos indispensáveis à satisfação de necessidades básicas da vida quotidiana (atos relativos à alimentação ou locomoção ou cuidados de higiene pessoal) e do

2.º grau – pessoas que acumulem as situações de dependência que caracterizam o 1.º grau e se encontrem acamadas ou apresentem quadros de demência grave, só poderem ser atribuídos a quem usufrua valores inferiores a €600 e se estiver em lar comparticipado somente tem direito ao 1º grau, + ou - €100 mensais.

CP

Só existe apoio no desembarque e embarque durante algumas horas e durante a semana.
2 em 1 e porque não 1 em 1?
E o facto da obrigatoriedade de comunicarmos com 24h de antecedência a nossa viagem.
Resposta: Iria terminar obrigação de avisar a CP sobre a nossa viagem.

Abrir portas à diferença

É um programa gerido pela Fundação Inatel que nos permite realizar férias nas suas unidades hoteleiras a preços acessíveis. É dirigido a quem tenha mais de 60% de incapacidade, excepto tetraplégicos por não existir condições para nos receber.
Resposta: Desconhecia e adiantou que nada podia fazer por ser um programa da total responsabilidade da Inatel.

Apoios PT

Mostrei também o meu desacordo, pelo facto da operadora de telecomunicações MEO continuar a somente nos oferecer descontos no desatualizado Programa Aladim, e não permitir descontos nos novos pacotes, como por exemplo no M40.
Não referi a operadora NÓS porque não nos faculta nenhum desconto.

Serviço de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência ou Incapacidade (SIM-PD)

O que pretende para o SIM-PD.
Resposta: Continuar e melhorar.

Pensão social de invalidez

É uma prestação em dinheiro atribuída, mensalmente, aos beneficiários em situação de incapacidade permanente para toda e qualquer profissão com rendimentos mensais ilíquidos iguais ou inferiores a €167,69 caso se trate de pessoa isolada, ou a €251,53 se for um casal, ou seja, um casal de pessoas com deficiência não pode usufruir em conjunto valores superiores a €251,53
Resposta. Também discorda

Instituto Nacional para a Reabilitação

O Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), é uma entidade tutelada pelo Governo com a missão de promover os nossos direitos e supostamente responsável pela reabilitação.

A minha opinião sobre o trabalho levado a cabo por este Instituto não é a melhor. Penso que a maioria das pessoas com deficiência partilham da mesma opinião.

Dou o exemplo do serviço de atendimento dirigido às pessoas com deficiência, incapacidade, suas famílias e organismos/serviços, com a finalidade de informar; encaminhar e orientar o cidadão no âmbito dos direitos, deveres e benefícios na área da deficiência e/ou reabilitação.

O Serviço encontra-se disponível via telefone, de segunda a sexta-feira, mas somente durante a manhã e das 09h30 às 12h30. Mas caso necessite de ligar, terá sempre a mesma resposta: “envie a sua questão por e-mail ou escreva uma carta”.

Acho um absurdo isso acontecer, pois todos sabemos que a maioria de nós nem escrever consegue, ou não deseja dar a conhecer o que pretende a quem dele cuida. Até pode querer realizar uma denúncia de maus tratos. A linha tem de estar disponível durante mais tempo. e com atendimento de técnicos sensíveis e preparados.

Propus também atendimento por videoconferência a quem não se puder dirigir presencialmente.
Resposta: Concordou e informou-me que o INR ainda vai cumprir a sua missão.

Brevemente resultado dos restantes encontros.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

U.Porto promove desporto para pessoas com necessidades especiais

Estudante do 6.º ano da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, David Peres está dependente de uma cadeira de rodas devido a uma lesão vertebro-medular nível C5-6. Mas isso não o impede de ter uma vida ativa, ou não fosse presença assídua no Programa de Desporto Adaptado lançado em 2013 pelo Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP-UP) e destinado a pessoas com mobilidade reduzida e com outras necessidades especiais.

“Em condições normais seria impossível para mim ser autónomo para fazer natação ou ginásio”, explica David, para quem “o facto de o CDUP-UP ter desporto adaptado, disponibilizando um treinador específico para as atividades, espelha a sua responsabilidade social, no sentido em que permite igualdade de oportunidades a todos os estudantes , sem exceção”.

Integrado no Programa UPFit da U.Porto, o programa funciona na Faculdade de Desporto (FADEUP) e engloba a Natação e a Musculação Adaptada, mas também ele se adapta às necessidades e desejos dos utilizadores. “Já pratiquei natação, no entanto atualmente faço ginásio duas vezes por semana”, atesta David Peres.

O CDUP-UP dispõe de instrutores devidamente qualificados para proporcionar estas atividades, o que revelou ser um ponto fundamental para David, pois “a disponibilidade e criatividade do meu treinador é essencial na adaptação dos exercícios à minha limitação de mobilidade e dos grupos musculares que tenho funcionais. A boa relação e empatia entre nós também muito contribui para o sucesso destas sessões”, conta.

O impacto do programa na qualidade de vida das pessoas com mobilidade reduzida é também notório para o futuro médico.”A prática de ginásio é para mim muito importante sob o ponto de vista físico, denotando quotidianamente maior facilidade no desempenho das minhas atividades da vida diária (em consequência do fortalecimento dos membros superiores), por exemplo, denotei maior agilidade nas transferências da cadeira de rodas para o carro ou cama e vice-versa”, diz.

Sob o ponto de vista psicológico, “a questão da imagem corporal é, muitas vezes, um assunto sensível para as pessoas com deficiência. A prática de desporto contribui, sem dúvida, para o bem-estar psicológico de quem o pratica e, no caso das pessoas com deficiência, também promove a sua visibilidade, contribuindo para a desejável diversidade da sociedade. Desde que estou neste programa sinto-me melhor comigo mesmo e isso denota-se na relação com os outros”, revela David.

David Peres pratica assiduamente as sessões de musculação adaptada, acompanhado pelo instrutor do CDUP-UP Tiago Marques e aconselha todo o público que se enquadra neste Programa de Desporto Adaptado a “experimentar e a desafiar as suas limitações”.

Para mais informações sobre o Programa de Desporto Adaptado, contactar o Centro de Desporto da U.Porto através do e-mail geral@cdup.up.pt e/ou do telefone 22 207 41 64.

Enviado por Tiago Marques

Há conversa – Relações humanas

Convidamos a vir conversar connosco sobre algumas temáticas controversas da Sociedade. Queremos que seja um espaço de debate de ideias, com uma periodicidade bimensal e onde a sua opinião conta.

A primeira conversa será sobre pessoas: relações humanas, partilhas, conflitos.

Programa:

Sábado
13h 30m- Ponto de encontro -Espacio 3G
14h 00 m – Filme – Amigos improváveis
16h – Hora do chá
17h 15 m – Termino

Informamos que dado a natureza desta iniciativa não haverá tolerância para o inicio da acção.

Traga no bolso disponibilidade de partilhar ideias para enriquecer o debate com a dinamizadora – Sara Ramos, onde vai ajudar a descobrir novas visões e perspectivas do filme.

Inscreve-te!!

Venha connosco nesta viagem onde o destino são momentos de Felicidade!

Inscreva-se já Até 21 de Janeiro

Mais informações: Associação Gulliver

Arte inclusiva: Actividades Artísticas, Culturais e de Formação da ANACED

Para este mês de JANEIRO propomos-lhe diversas sugestões artísticas, culturais e de formação, esperando contribuir para momentos de enriquecimento, partilha e lazer.

Não deixe de ir a espectáculos, de visitar exposições, de participar, e sobretudo de conhecer o que lhe propomos.

Espectáculos
EDGE
CiM – Companhia Integrada Multidisciplinar
16 de Janeiro

A Caminhada dos Elefantes
De Miguel Fragata e Inês Barahona
13 a 24 de Janeiro

BICHOS
Uma coreografia de Rui Lopes Graça para o Dançando com a Diferença sob a direção artística de Henrique Amoedo
29 a 31 de Janeiro

Exposições
Uma Casa, o Sol, uma Árvore
Exposição de Pintura, Fundação Afid
5 a 15 de Janeiro

IluminAr-t
Exposição Colectiva dos alunos Espaço t
Actividades Culturais
Divertida-Mente
Cinema Infantojuvenil – Domingos Mágicos
17 de Janeiro

Formação
Multideficiência: Terapias e outras utopias
Acção de Formação promovida pela ARCIL
16 e 22 de Janeiro e 6 de Fevereiro

Introdução às técnicas de audiodescrição
Curso promovido pela Acesso Cultura
21,22,28 e 29 de Janeiro e 4,5,11 e 12 de Fevereiro

Workshop de Dança Inclusiva
Com a CiM - Cia de Dança orientado pela coreógrafa Ana Rita Barata
14 de Janeiro

Livro
Unidos no Amor contra a indiferença

Este Mês não deixe de se inscrever na Base de Dados Artística da ANACED

Para visualizar o Programa, p.f. clique aqui:
http://anacedarte.wix.com/anaced#!programa-de-difuso/c1bxf

Os conteúdos e produto divulgado são da exclusiva responsabilidade da ANACED.--
ANACED
Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência
Rua do Sítio ao Casalinho da Ajuda
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